Para muitas pessoas o dia só começa após uma xícara de café. Segunda bebida mais consumida no mundo (atrás apenas da água), o café é parte do cotidiano e movimenta uma gigantesca indústria, desde o seu plantio até a chegada na sua mesa. E não é a tôa, atualmente o Brasil é 2º maior consumidor da bebida no mundo, correspondendo a 25% de todo o consumo, aproximadamente 21 milhões de sacas anualmente. Então vamos entender um pouco mais sobre como se dá esse trajeto.
Com registros que datam desde o século VI, o café tem sua origem na Etiópia, onde até hoje é encontrado na vegetação nativa. O café passou a ser cultivado e consumido no Brasil apenas no século XVIII, se tornando força-motriz da economia do país durante muito tempo e mantendo sua importância até hoje. O Brasil é o maior produtor de café no mundo há pelo menos 100 anos e para suprir toda essa demanda, a indústria cafeeira teve que se adaptar e se modernizar, melhorando e agilizando seus processos com uso de maquinário e muita automação.
A mecanização já começa após o plantio, na fase da colheita. O café pode ser colhido de modo manual, semimecanizado ou totalmente mecanizado. No processo semimecanizado se usam derriçadeiras, máquinas carregadas por catadores, que agilizam o processo de coleta. Já no totalmente mecanizado se usam colheitadeiras, máquinas de grande porte que retiram os grãos automaticamente e podem ter seus parâmetros de velocidade ajustados para uma maior eficiência no processo. Podem ser tracionadas por tratores ou mesmo terem meios próprios de locomoção.
Logo em seguida os grãos passam pelo processo de beneficiamento. Nesta etapa, os grãos recém-colhidos passam através de máquinas que os preparam e limpam para as etapas seguintes. Os grãos ainda separados de impurezas e resíduos, passando por processos que retiram folhas, restos de casca, pó e pedregulhos que porventura tenham sido coletados. São então descascados e também peneirados, podendo também ser separados de acordo com o seu tamanho.
O processo seguinte é o da torra. Existe uma enorme variedade de grãos cultivados no mundo – mais de 25 – e existe uma torra adequada para cada variedade de café vendido, conhecidas como blends, e elas contribuem com o sabor e aroma característicos de cada uma. Após torrados, os grãos seguem para a moagem, processo que também é totalmente automatizado e que possui diversos graus de qualidade, podendo ser uma moagem fina, média ou grosseira. Por final, o produto é embalado em máquinas alta performance. É mais comum encontrarmos café já moído, solúvel, a venda nos supermercados, no entanto, é possível (e muitos preferem) comprar os grãos e moer em casa.
Ficou curioso? Existem mais de 90 espécies de café, no entanto apenas 25 são exploradas comercialmente. Dentre elas temos o Café Arabica, a variedade mais consumida no mundo, e o Café Robusta. Os dois correspondem a 98% da produção mundial. O Café Arábica é mais doce e tem um aroma mais marcante. Já o Robusta é mais amargo e menos aromático, sendo mais utilizado em blends com o Arábica e na produção de café solúvel. Há ainda outras duas variedades, bem menos utilizadas, que são o Café Libérica e o Café Excelsa.
Com toda essa variedade e diversos modos de fazer e tomar café, o importante é que você aprecie essa bebida do jeito que mais te agradar. Frio, quente, preto, com leite, gourmet, o melhor café é aquele que você gosta.