O Biodiesel é um biocombustível produzido a partir de diversas fontes. Pode ser de origem animal, através de gordura, ou vegetal, utilizando oléo de girassol, mamona e, usado em larga escala no Brasil, o óleo de soja. Desde 2004 existem iniciativas para introduzir o biodiesel na matriz energética brasileira, principalmente o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).
A sua obtenção consiste em separá-lo do óleo, através de reações químicas. Existem diversos métodos, como o craqueamento ou a esterificação, mas o processo mais comum é o chamado transesterificação. Neste processo, reagem entre si o óleo e um álcool (metanol ou mesmo o etanol), com a presença de um catalisador para acelerar o processo. Como resultado, têm-se a produção do biodiesel e de glicerina (utilizada, entre outras aplicações, na produção de sabonetes).
Já fazem alguns anos que, por lei, uma porcentagem de biocombustível deve ser incorporado ao diesel fóssil. Hoje, o diesel vendido pelos postos de gasolina brasileiros já possui 10% de biodiesel introduzido na sua composição, o chamado B10. Essa é a quantidade mínima estipulada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A queima do biodiesel gera um impacto ambiental positivo – redução de cerca de 30% na emissão de monóxido de carbono (CO2), um dos principais poluentes causadores do efeito estufa. Porém tem uma capacidade calorífica menor que o diesel mineral, sendo necessária uma maior quantidade para se gerar a mesma energia. No entanto, por ser de origem vegetal, sua matéria prima pode ser cultivada, renovando-se. Ainda assim, uma maior popularização e utilização do biodiesel dependem também de fatores técnicos. Para rodarem com maiores teores em seu combustível, automóveis e máquinas necessitam de ajustes em seus motores.
Mas há espaço para o crescimento do biodiesel no mercado brasileiro? Após a recente crise dos caminhoneiros, entidades como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), propuseram o aumento da porcentagem de biodiesel misturado nas bombas para 15%, o que poderia acarretar uma queda no preço do combustível, com a diminuição de diesel importado pelo Brasil.
A pesquisa científica também é de suma importância para difundir o seu uso na sociedade. Iniciativas como a Linha Verde – ônibus do transporte coletivo urbano de Curitiba, rodando exclusivamente com biodiesel – aproximam tanto empresas de transporte coletivo, montadores e, no caso, institutos de pesquisa como o Instituto de Tecnologia do Paraná. Com o investimento necessário, poderemos analisar a viabilidade de projetos mais ousados para o futuro.